
No dia nosso dia dia por vezes usamos os termos angústia e ansiedade como sinônimos. No entanto, sob a perspectiva da psicanálise, esses conceitos possuem distinções importantes, tanto em sua origem quanto em sua vivência subjetiva.
A ansiedade é frequentemente associada a um estado de alerta diante do futuro, como uma resposta emocional a situação de perigo ou incerteza. è marcada pela busca de controle, pois ela costuma surgir diante do desconhecido ou imprevisível. Na prática clínica, ela se manifesta através de sintomas físicos e mentais, como inquietação, palpitações e preocupações excessivas, que remetem a uma tentativa do sujeito de lidar com algo que está por vir.
Já a angústia, na visão psicanalítica, tem uma perspectiva mais íntima com o inconsciente. Para Freud, ela é um afeto sem objeto claro, ou seja, surge como um estado de desconforto interno que não se direciona algo específico. A angústia revela uma verdade psíquica, funcionando como um sinal de que algo interno está em jogo, muitas vezes relacionado ao desejo, ao conflito entre o inconsciente e o consciente, ou à experiência da falta.
Enquanto a ansiedade está mais ligada ao futuro, a angústia é mais existencial, conectada ao vazio, á dúvida sobre quem somos e ao confronto com o desconhecido dentro de nós mesmos. Nesse sentido, embora dolorosa, a angústia pode abrir caminhos para o autoconhecimento e para elaboração de questões profundas da psique.
Dentro da análise, a angustia e a ansiedade não são vistas como um problema a ser eliminado, mas como mensagens do nosso inconsciente que nos convidam a explorar nossos conflitos, desejos, limites. Elas apontam para um processo de ressignificação e amadurecimento emocional, que pode ser trabalhado no ambiente terapêutico. Se você sente que essas experiências têm sido frequentes ou intensas, um percurso analítico pode te ajudar a dar sentido a esses sentimentos, promovendo compreensão sobre si mesmo e sua história.
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